11.08.2010

culpa.

talvez por culpa do dia, talvez por culpa da noite. talvez por culpa das quatro paredes, da luz doente a beijar o cortinado verde e das palavras trocadas nas entrelinhas. sobretudo as entrelinhas. sobretudo a noite, as luzes da cidade, o êxtase da multidão e os nossos olhares que se encontram e tanto dizem um ao outro, sem que mais ninguém saiba. talvez por culpa de tudo isto e talvez por culpa de tudo aquilo que fica por dizer. a culpa não é nossa. a culpa é da música que nos entrou peito adentro e me fez sonhar "shine on, you crazy diamond". a culpa é a estrada, a calçada, a noite, escura, escura, a música como mil facas. a culpa são os lábios, o cabelo, o toque, a pele. a culpa é tudo isto. a culpa não é nossa. a culpa que tu e eu não temos.
"um do outro soubemos que existíamos."


1 comentários:

Ana Duarte disse...

E tem de haver um culpado?